sábado, 9 de julho de 2016


Envenenadas Desde Cedo as Crianças Lutam na Idade Adulta

 

As crianças já na FAIXA DE IMPRESSÃO (até os sete anos) são envenenadas – aquelas que como eu tiveram sorte até extrema – pelo amor, a amizade dos irmãos, o carinho, a proteção, o companheirismo, a alimentação cuidadosa e regrada dentro das possibilidades, a vivência escolar, o aprendizado, leituras e tudo aquilo que, mesmo sendo pobres inicialmente, meu pai e minha mãe me proporcionaram.

Os que têm sorte.

Pois há os azarados que nascem entre malvados, perseguidores, agressores, largados, desmazelados, infernais e tudo de ruim que ficamos depois sabendo.

Ensinados que fomos a comer carne e até a superalimentar-se dela, a ingerir açúcar em excesso (era uma festa), gordura aos montes, trigo às toneladas, ovos às mancheias, queijos todos que chegam ao alcance monetário, mesmo bebidas (comecei aos 13 anos, parei aos 47), oferecem-nos todo tipo de fartura disponíveis aos que podem pagar, pois há os abandonados pela família.

Depois, quando crescemos, deparamos com as atrocidades do mundo, toda a violência, todo o desamor, todo o desassossego, tudo que é repelente e asqueroso, a rejeição, o desamparo, as hostilidades, tudo mesmo que vem do ódio e seus derivados, pois é 50/50.

Certíssimo, os que tiveram sorte não foram preparados.

Teria sido melhor viver em meio ao ódio desagregador, ver na infância toda a violência corrente que só fomos presenciar quando adultos?

Evidentemente que não!

A pergunta é gritantemente retórica.

Essa luta em idade adulta pelos que passaram pelo Céu é MUITO MAIS fácil, que pese a falta de sossego da alma.

Porém, não fica ranço.

Ó, quem viveu do outro lado pode ter se salvado. Pode, claro, pode, espero que sim, torço muito, há exemplos magníficos.

Há coisas que os cartões de crédito não pagam. Aliás, não pagam nada, você que paga. Nem compram, você que compra.

Certamente não pagam o Céu.

Talvez contribuam muito para o inferno, mas esta é outra história.

Vitória, sábado, 09 de julho de 2016.

GAVA.

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