Infinitesimais
Nosso amigo PACOS me deu um livro
importantíssimo sobre os infinitesimais que, afinal de contas, foram a grande
sacada que permitiu o salto por sobre o poço da repugnância em relação ao muito
pequeno. Compre: Amir Alexander, Infinitesimal (A teoria matemática
que mudou o mundo), Rio de Janeiro, Zahar, 2016, sobre original de 2014.
Não o li, ainda, há muita coisa na lista.
Porém, na orelha esquerda se diz: “Julgados e
condenados pela companhia de Jesus no século XVII, os infinitesimais foram
banidos dos círculos matemáticos, dando início a uma luta política, intelectual
e religiosa que varrerá a Europa com furor”.
Como disse o retalhador-esquartejador, vamos
por partes.
O infinito é perigoso, já disse, preferi
falar de não-finito, pois infinito abre uma discussão progressiva/regressiva
que não termina nunca, inviabilizando o pensamento racional.
TANTO
ILIMITADO PARA CIMA QUANTO ILIMITADO PARA BAIXO
ILIMITADO PARA CIMA
|
Infinito.
|
Substituído pelo não-finito (superior):
macropirâmide.
|
Mesopirâmide onde
operamos.
|
||
ILIMITADO PARA
BAIXO
|
Infinitésimo.
|
Substituído pelo não-finito (inferior):
micropirâmide.
|
Não precisamos de infinitos e infinitesimais,
podemos ficar com outros símbolos (só há para infinito, ∞), por exemplo, seta
para cima e seta para baixo, ou até os mesmos.
Materenergeticamente não há infinitésimo, não
existe universo abaixo das distâncias de Planck, 10-35 m; embora não
tenha sido provado - não faria sentido ver distância infinita, seria
impraticável -, infinito consumiria infinita energia (e infinita matéria, que
entraria em colapso gravitacional).
E idealmente?
As ideias em Deus não possuem a mesma
densidade dos objetos da Natureza, mas elas existem igualmente, pois podemos
falar delas, elas possuem suporte no programáquina racional chamado mente,
aquilo eletroquímico que se apoia no cérebro, 1010 neurônios
interligados em paralelo. Em Deus as ideias são. Dado ser ele o metamatemático
que em cada Natura modelada PUXA através do chamado escatológico os começos
para os fins, elas são. São, como nele são as ideias de beleza, de bondade, de
liberdade e de tudo aquilo que podemos pensar e tentar e perseguir sem jamais
alcançar plenamente – jamais chegaremos a um círculo, o círculo perfeito,
porque ele é representado por PI = 3,141592...
Os jesuítas estavam certos.
Ao autorizar o uso indiscriminado dos infinitésimos
os matemáticos complicaram o chamado “povo miúdo”, o povo que não tem tempo de
pensar com afinco e é arrastado para as profundezas e as impossibilidades.
Vitória, sexta-feira, 10 de junho de 2016.
GAVA.
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