sexta-feira, 10 de junho de 2016


Infinitesimais

 

Nosso amigo PACOS me deu um livro importantíssimo sobre os infinitesimais que, afinal de contas, foram a grande sacada que permitiu o salto por sobre o poço da repugnância em relação ao muito pequeno. Compre: Amir Alexander, Infinitesimal (A teoria matemática que mudou o mundo), Rio de Janeiro, Zahar, 2016, sobre original de 2014.

Não o li, ainda, há muita coisa na lista.

Porém, na orelha esquerda se diz: “Julgados e condenados pela companhia de Jesus no século XVII, os infinitesimais foram banidos dos círculos matemáticos, dando início a uma luta política, intelectual e religiosa que varrerá a Europa com furor”.

Como disse o retalhador-esquartejador, vamos por partes.

O infinito é perigoso, já disse, preferi falar de não-finito, pois infinito abre uma discussão progressiva/regressiva que não termina nunca, inviabilizando o pensamento racional.

TANTO ILIMITADO PARA CIMA QUANTO ILIMITADO PARA BAIXO

ILIMITADO PARA CIMA
Infinito.
Substituído pelo não-finito (superior): macropirâmide.
Mesopirâmide onde operamos.
ILIMITADO PARA BAIXO
Infinitésimo.
Substituído pelo não-finito (inferior): micropirâmide.

Não precisamos de infinitos e infinitesimais, podemos ficar com outros símbolos (só há para infinito, ∞), por exemplo, seta para cima e seta para baixo, ou até os mesmos.

Materenergeticamente não há infinitésimo, não existe universo abaixo das distâncias de Planck, 10-35 m; embora não tenha sido provado - não faria sentido ver distância infinita, seria impraticável -, infinito consumiria infinita energia (e infinita matéria, que entraria em colapso gravitacional).

E idealmente?

As ideias em Deus não possuem a mesma densidade dos objetos da Natureza, mas elas existem igualmente, pois podemos falar delas, elas possuem suporte no programáquina racional chamado mente, aquilo eletroquímico que se apoia no cérebro, 1010 neurônios interligados em paralelo. Em Deus as ideias são. Dado ser ele o metamatemático que em cada Natura modelada PUXA através do chamado escatológico os começos para os fins, elas são. São, como nele são as ideias de beleza, de bondade, de liberdade e de tudo aquilo que podemos pensar e tentar e perseguir sem jamais alcançar plenamente – jamais chegaremos a um círculo, o círculo perfeito, porque ele é representado por PI = 3,141592...

Os jesuítas estavam certos.

Ao autorizar o uso indiscriminado dos infinitésimos os matemáticos complicaram o chamado “povo miúdo”, o povo que não tem tempo de pensar com afinco e é arrastado para as profundezas e as impossibilidades.

Vitória, sexta-feira, 10 de junho de 2016.

GAVA.

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